Aprenda a conviver com a doença celíaca

A doença é causada devido a uma alteração genética. A pessoa recebe o gene causador da doença, que pode ou não ser ativado. Algumas condições como estresse, cirurgias e infecções virais são responsáveis pela ativação deste gene. Dessa forma, toda vez que a pessoa ingere um alimento com glúten (proteína presente no trigo, centeio, aveia e cevada), há uma reação que provoca lesão no intestino delgado.
Os sintomas mais comuns da doença celíaca são: diarréia, flatulência (gases em excesso), perda de peso, anemia, fadiga, dor óssea e câimbras musculares. Às vezes a doença é confundida com o quadro clínico de intestino irritável, colo espástico ou doença de Chron.

Doenças associadas

Pessoas com doença celíaca costumam apresentar outras enfermidades, por exemplo, a dermatite herpertiforme (erupção na pele) e também doenças autoimunes, como doença de Addison (envolvendo a glândula adrenal), hepatite crônica ativa autoimune (compromete o fígado), doença de Graves (atinge a glândula tireóide), diabetes melito (dependente de insulina), deficiência no pâncreas, anemia perniciosa (doença envolvendo o estômago com conseqüente deficiência de vitamina B12), além de outras.

Formas de tratamento

O diagnóstico da doença celíaca é feito por testes sangüíneos (anticorpos anti-gliadina e anti-endomíseo) e biópsias do intestino delgado. A biópsia mostra lesão dos vilos (reentrâncias) da mucosa intestinal. Já os anticorpos dosados aumentam e diminuem de acordo com a atividade da doença.
O único tratamento é a dieta sem glúten, isto é, sem trigo, centeio, aveia e cevada para o resto da vida. A rápida melhora com a alimentação e a queda dos anticorpos confirma o diagnóstico. Quando ocorre ingestão de glúten, os níveis sangüíneos dos anticorpos voltam a subir e a doença retorna. Vale destacar que o uso de suplemento vitamínico e cálcio deve ser recomendado a todos os pacientes.

Alimentação sem glúten

Se a pessoa segue à risca a dieta sem glúten, o intestino delgado cicatriza rapidamente e volta a absorver os nutrientes. Entretanto, a recuperação completa leva de seis meses a dois anos. O glúten pode estar presente nos alimentos, tanto como ingrediente básico quanto adicionado em alimento processado ou preparado. Por isso, é essencial ler os rótulos dos alimentos antes de serem consumidos.

Alimentos proibidos

• Leite: leite maltado, bebidas comerciais com chocolate e cremes não lácteos.
• Carnes: carnes preparadas que contenham trigo, centeio, aveia ou cevada, tais como lingüiças, salsichas, carne à bolonhesa, carne para lanche, carne com chili, sanduíches, bife suíço, croquetes, bolo de carne e atum em conserva.
• Queijos: qualquer um que contenha goma de aveia como ingrediente.
• Massas: todas: talharim comum, espaguete, macarrão, lasanha, nhoque e outras.
• Vegetais: vegetais em cremes e conservados em molhos.
• Farinhas, biscoitos e pães: todos que contenham trigo, aveia, cevada ou centeio.
• Sopas: sopas em conserva e mistura para sopa, e caldo de carne.
• Bebidas: achocolatados, leite maltado, cerveja, gim, uísques, vodca destilada de grãos, chás de ervas contendo malte de cevada, ou outros grãos contendo gliadina.
• Sobremesas: bolos comerciais, biscoitos, tortas feitas de aveia, centeio, cevada ou trigo, casquinhas de sorvete, a maioria dos pudins.
• Diversos: curry, catchup e mostarda, molhos de soja, gomas de mascar, vinagre branco destilado.

Alimentos permitidos:

• Leites: leite fresco, em pó, condensado, creme de leite e iogurte.
• Carnes: todos os tipos de carne fresca, peixes, frutos do mar, aves e salsichas especiais.
• Queijos: todos os envelhecidos como cheddar, suíço, edam, parmesão, requeijão e pasteurizado.
• Batata e outros feculentos: batata, batata-doce, angu, arroz, arroz integral, talharim de soja e alguns tipos de talharim sem glúten.
• Vegetais: todos os frescos, ervilhas, feijões e lentilhas.
• Frutas: todas frescas, congeladas, secas ou em conserva.
• Pães: alguns especialmente preparados sem glúten.
• Cereais: cereais quentes feitos de fubá, creme de arroz, angu e cereais fritos especiais.
• Biscoitos: bolinhos de arroz, tortilhas de fubá, pipoca e alguns cream-crackers especiais.
• Gorduras: manteiga, margarina, óleo vegetal, nozes, creme de amendoim e gordura vegetal hidrogenada.
• Sopas: as preparadas em casa.
• Sobremesas: as feitas com ingredientes especiais, gelatina, geléia de frutas, mel, açúcar branco e mascavo.
• Bebidas: cafés, chás, coco, vinhos não licorosos, rum, vodka destilada a partir de batata ou uva.
• Diversos: sal, pimenta, ervas, cravo da Índia, gengibre, tomates, azeitona, picles, vinagre de cidra e de vinho, fermento em pó, creme tártaro e mostarda seca